Desespero


Num vazio minha alma se consome
Num fogo que arde constate
Invisível...
Peço pela morte, grito por ela...
Dor intensa e pungente
Corro até ao penhasco
Queria saltar...
Mas vejo a imensidão do mar
E um grito foge de minha garganta
Caio de joelhos ao chão
Lágrimas toldam minha visão...
Não sei o que fazer!
Para onde devo correr?
De joelhos em frente ao penhasco vejo a tempestade se formar
Fecho os olhos
O vento frio corta minha pele
Nuvens negras e aterradoras rasgam o céu com seus relâmpagos
Ao longe ouço o barulho das ondas quebrando sobre as rochas...
Quebrando como minha alma que se estilhaça por dentro
Queria saltar do penhasco
Queria sentir meu corpo voar
E esquecer toda a dor...
Mas o veneno corre ainda em minhas veias feito fogo líquido
Fito o infinito à beira do penhasco enquanto o mar ruge abaixo de mim e a tempestade corta os céus com fúria...
Choro as lágrimas dos pecados cometidos
Sinto o veneno em minha alma
O que farei para purgar esses horrores que me assolam?
Desespero...
Agonia...
Sinto-me prostrada
Sem forças e completamente assolada
Enterro minhas mãos na terra úmida da tempestade em desespero
Meus dedos sangram com os cortes dos pedregulhos
Queria voar
Saltar do penhasco
Libertar a alma desse veneno
Assisti a vida se apagar em teus olhos
Tive a morte em meus braços!
Sinto-me vazia, num misto de dor e agonia...

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