Medo e Culpa


Ouço ao longe um cântico...
Obscuro, distante e frio...
Um arrepio
Um eriçar de pelos por meu corpo e o frio
Uma voz forte e sombria entoa palavras que não consigo definir...
Medo...
A luz do sol se põe, e as sombras da noite se arrastam rapidamente pelo céu trazendo a escuridão
Caminho depressa para tentar fugir do escuro,
Mas posso ouvir aquele cântico fúnebre com aquela voz lúgubre cada vez mais próxima
Medo, terror me dominam
Imagens de dor e sangue se formam em minha mente
O frio aumenta em meu ser...
Lembranças de um passado distante voltam à memória
Fuga, desespero!
Quero esquecer!
Não quero ver!
Não quero sentir...
Aperto meu passo pelo caminho como se conseguisse sentir as garras dos mortos agarrando minhas pernas
Ouço o entoar daquele cântico cada vez mais alto
E aquela estranha voz a roçar minha nuca
Desespero!
Horror!
Vou ao chão num tropeço
Frio e escuridão me envolvem num abraço mortal
Dedos gelados queimam minha pele feito o fogo ardente de uma fogueira
As imagens de sangue e morte passam diante de meus olhos
Pânico!
Desespero!
Olhar vidrado
Corpo travado
Imóvel...
Gelado...
A voz estranha roça minha pele deixando uma trilha gelada...
Medo e culpa sondam minhas lembranças...
Não quero ver!
Não quero sentir!
Quero morrer...
Teus olhos nos meus
Tua dor nas minhas entranhas
Minha culpa a corroer minha condenada alma
Junto minhas forças e grito:
“Venha morte! Venha levar-me deste mundo!”
A voz sussurra aos meus ouvidos:
“Não...”
Sinto meus olhos se fecharem e tudo escurece enquanto imagens dolorosas continuam a passar
Vazio...
Frio...
Desespero
A voz a entoar seu cântico de sangue pondo meu sangue a gelar
Medo mortal
Culpa fatal
Como fugir de suas garras?

Delírio e Paixão


Sonhos revoltos
Corpos envoltos
Meus lençóis amassados
Tuas correntes em meus pulsos
Apertados...
Teu cheiro
Nosso suor
Minha dor
Meu sabor
Teu prazer absoluto...
Agonia e êxtase numa dança de corpos ardentes
Explosões delirantes fogem dentre meus lábios
Excitante
Delirante
O toque áspero pela pele...
O apertar das correntes
Minha dor...
Teu prazer...
Meu gozo
O orvalho dos nossos corpos marca os lençóis amassados
Agonia e êxtase
Deliro e paixão

Recanto das Letras


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